sábado, 9 de abril de 2011

Mocajubana pelo Mundo: Orlando Júnior

Nosso Mocajubano de hoje, madrugada de sábado, é neto do famosíssimo Caboquinho de Mocajuba que é uma espécie de pajé renovado. Um pajé cabloco que cura pela mistura de conhecimentos tradicionais e modernos, recomendando ora um banho de ervas ou uma reza, ora um remédio. A vocação para a cura parece ser genética e hoje seu neto Orlando está na iminência de tornar-se médico.

Salve Orlando !!! O médico (futuro) mocajubense,  neto do Caboquinho.


Perfil

imagem: arquivo pessoal  cedido
Nome:  Orlando Junior

Idade: 22 anos

Profissão/Ocupação:  Estudante do 5° ano de medicina (UEPA)

Bairro onde mora em Belém: Val-de-Cães

Bairro que a família mora em Mocajuba:  Arraial

Formação: Ensino fundamental (Escolas Abel Figueiredo e Almirante Barroso)
Ensino médio (Sistema de Ensino Universo)
Ensino Superior (Universidade do Estado do Pará)

Signo: Capricórnio

Pai: José Jurandir (Seu Jurandir)

Mãe: Benedita Caldas (Dona Bena, filha do "Caboquinho")



Micro-Entrevista

Blog: Qual sua diversão onde vive?

Mocajubano pelo Mundo: Apesar de ultimamente o tempo estar escasso, sempre que posso saio com amigos, que é o programa social; A diversão caseira fica por conta dos livros, internet, musicas e programas de TV. Os lugares são os mais variados, sou inacreditavelmente eclético, além de me divertir com facilidade independente do lugar. A depender do grupo; Costumo ir ao Mormaço, onde bato o ponto sempre aos domingos, é o lugar que mais frequento. Gosto das casas de forró, a exemplo do Barkabôa e Mansão do Forró. O pagode fica por conta do Favela Bar e do Botequim. As festas eletrônicas episódicas são a cargo do grupo alternativo do Mandala e do Café com Arte. Há sempre as reuniões na casa dos amigos da faculdade, os jogos, os cinemas, os passeios sem propósito...



Blog: Qual é "boa pedida" em Mocajuba?

Mocajubano pelo Mundo:  Em Mocajuba os programas são familiares, bucólicos e quase espirituais. Visito os muitos familiares e amigos. A casa do Vô Caboquinho, lá do ladinho da Prainha é o refugio espiritual junto à natureza; horas de molho no rio, a rede atada entre os açaizeiros, juntar fruta no pé, pescar...



Blog: Quais suas atividades na cidade ?

Mocajubano pelo Mundo: O quinto ano toma quase todo o meu tempo. Durante a semana tenho programações hospitalares pela manha, de segunda a sexta e alguns sábados ou domingos, atualmente no Hospital Ophir Loyola, onde acompanho pacientes internados na enfermaria de clínica médica. Pela tarde tenho reuniões cientificas, ambulatório nos hospitais e realizo meu TCC no Hospital Barros Barreto, onde cuido das minhas “Criançinhas Purulentas”. Há pouco tive que largar a dança de salão que foi minha paixão maior no ano passado e terminei um projeto de extensão com crianças de escolas públicas da periferia.



Blog: Por que saiu de Mocajuba ?

Mocajubano pelo Mundo: A necessidade de ensino melhor, possibilidades maiores. Saí de casa aos 14 anos e vim morar na casa de tios. Apesar de sofrida a mudança e de muitas dificuldades na adaptação tenho certeza que foi a decisão acertada. Hoje colho muitos dos frutos da maturidade que a mudança me obrigou. Sou demasiado grato aos meus tios, Zé e Cassia, que me acolheram aqui em Belém e a meus pais que não mediram esforços e sacrifícios, que alias, são ainda muitos.



Blog: Pretende voltar para ficar ?

Mocajubano pelo Mundo: Pretendo. O sentimento por Mocajuba é infinitamente grande. É um bocado de vontade de poder ajudar o povo que é ainda mal assistido no que tange a saúde; uma parcela de saudade da minha gente de lá, dos lugares, dos ares, do clima e primordialmente da tranquilidade que a cidade me traz. Há ainda a questão de se fazer saber que é possível algum êxito, senão muito, aos que pelejam e acreditam, mensagem para os que me desencorajaram e apoio aos que ainda vão se aventurar.

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Blog: Uma lembrança boa da cidade

Mocajubano pelo Mundo: São muitas, é ate difícil apontar uma única, mas algo que me traz saudosismo e recordo com muito carinho são os domingos que passávamos em família na casa dos avós Caboquinho e Judith. Os quase 10 tios, quase 15 primos, a casa cheia, o almoço com todo mundo na mesa, a bagunça, as conversas, as brincadeiras, o banho de rio com o jogo do sapateiro quase obrigatório...O caminho de volta a pé no cangote do meu pai ou já mais crescido na bicicleta. Minha infância é guardada na memória como um quadro pincelado de tintas várias, alegres, felizes.



Blog: Uma lembrança ou registro muito ruim e que você gostaria de ver alterado

Mocajubano pelo Mundo: Não guardo comigo fatos ruins, eles pouco acrescentam em nossa vida, prefiro deixa-los esquecidos, empoeirados, mas um fato recente que me desagradou bastante foi o corte das árvores centenárias da frente da cidade. Comi muita manga em dias de chuva debaixo das finadas, bate um aperto no peito quando vejo a praça e a orla tão pouco arborizadas.



Blog: UMA FRASE..

Mocajubano pelo mundo:“A vida não é o que se vive mas sim o que se recorda e a forma como essa recordação é contada”
(Gabriel Garcia Márquez)


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Mocajubana pelo mundo indicado:   Andraiheva Sanches, Belém.


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"Veja bem, meu amigo, a consciência é um orgão vital e não um acessório, como as amígdalas e as adenóides."(Martin Amis)

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