segunda-feira, 31 de janeiro de 2011

Mocajuba: a origem dos problemas da cidade


Mocajuba, há várias décadas, expulsa seus filhos e filhas: seja para outras cidades, estados ou  países. Seja das áreas rurais para a sede municipal que avoluma-se e não oferece serviços e equipamentos necessecários aos municípes. Também não oferece boas condições de trabalho e renda.


Com tantos potenciais, falta-lhe ainda um PROJETO POLÍTICO ESTRATÉGICO PARA O SÉCULO XXI que absorva os mocajubenses e os mantenha produzindo uma cidade melhor.


Sem alternativas, gerações e gerações mudam-se, abandonam a cidade em busca de emprego, formação... Desde a década de 1970, além da migração para fora do município, há um processo de transferência dos moradores do campo - que em Mocajuba é  o "centro” e o "sítio", para a sede municipal.


Na década de 1970, os dados eram invertidos, observe no gráfico. A partir dos anos 90, temos uma intensificação do êxodo rural. Justamente, quando a crise da principal atividade econômica, a produção da pimenta do reino, se intensificou.

A geração atual de gestores não conseguiu produzir um projeto alternativo de gestão do território mocajubense e fortalecimento dos potenciais que podem colocar o município na terceira revolução industrial e trazer sustentabilidade.


Violência, marginalidade, favelização, pobreza urbana... Estas são questões estruturais que estão muito distantes de explicações maniqueístas e oportunistas, como aquela que foi difundida por ocasião das eleições estaduais: “È tudo culpa do Centro de Recuperação de Mocajuba (presídio). È tudo culpa do Alyrio Sabbá”. Uma das maiores excrescências que se reproduziu na cidade. Quase virou uma verdade de tanto que foi repetida.


Pranchinha, Bairro Novo, Bairro Monte Alegre, por exemplo, são produtos desse processo. Precisam de asfalto. Mas precisam de muito mais que isso, assim como as Ilhas que foram transformadas em Assentamentos Agro-Extrativistas. As áreas de terra firme que agora se tornaram Terra Estaduais de Quilombos(TEQ).

È preciso superar isso.

È preciso produzir alternativas de gestão do espaço urbano, do espaço rural (sítio e centro), do território mocajubense como um todo.


È preciso entender que gerir um município é mais que gastar os recursos oriundos dos governos federal e estadual, ( e não raro, e não raro, não prestar contas). Urge que a cidade, para além das elites locais, mas também com elas, entenda-se numa perspectiva de totalidade. Urge que se  construa um PROJETO POLÍTICO PARA O SÉCULO XXI. Já estamos atrasados. Demais.


Porque, aposta-se, que esta é a raiz de seus problemas: não pensar os problemas e sequer conseguir visualizá-los de forma técnica e em uma perspectiva democrática.

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"Veja bem, meu amigo, a consciência é um orgão vital e não um acessório, como as amígdalas e as adenóides."(Martin Amis)

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