segunda-feira, 17 de agosto de 2015

[...] Oi meu amor ...

Sempre recusei-me a ser apenas a pequena catarrenta que vivia na "Boca do Inferno" na periferia da periferia, nos pontos afastados da riqueza onde reproduzem-se matintas pereras. 



E valorizei a educação como meu instrumento arquitetado com minha mãe, para fugir da exclusão. E enfrentei muitos monstros para me sentir confortável diante desse mundo torto e onde o preconceito de classe e tão ou mais severo que o preconceito de cor ou credos, por exemplo. E pior é mais velado que os demais. Então sempre valorizei mais a educação e a formação do que a possibilidade de formação de uma família - de certa forma. 



Mas a vida vai te encarregando de limpar o peso da história e trazer maior leveza ao olhar da gente. Diante de todas as tragédias que acometeram minha família nos últimos tempos, reinvento-me e vejo com cores mais vivas aquelas pequenas coisas que adoçam o coração da gente. E de pois de anos juntos, permito-me me reapaixonar pelo mesmo homem todos os dias. Mas não é uma atitude minha, solitária e independente. É tudo culpa dele. Zeca Paes. Welhington Paes - o Zeca da Titó.





Ontem viajamos para Belém (PA). Na noite anterior não dormi, por várias questões.
Na viagem fico preocupada que ele cochile ou algo assim e demoro a dormir.
Na realidade não durmo, sou geralmente atropelada pelo sono. 





Bem, cheguei a capital dormindo, subi sonada e voltei a dormir em casa. Acho que estou novamente meio alérgica e um pouco cansada, A casa que vivemos em Belém (PA) está sozinha e sem os provimentos habituais. 




Ele voltou de férias hoje e precisava ir para o trabalho.
Então, saiu sem que eu percebesse.
Daquele jeito que diz: eu velo teu descanso.
Ele sabe que não sairia para comprar algo já que vivemos aqui um tanto ilhados pela dinâmica do periferia urbana belenense que rodeia o condomínio que vivemos e já fomos vítimas algumas vezes. Além disso, ele mais do que ninguém sabe, que tenho um mundo próprio que prefere rever mil vezes uma frase, ou buscar uma nova referência para a tese que fazer qualquer coisa.




Aqui, vivo quase como uma Rapunzel às avessas, com uma diferença fundamental: o príncipe sobe a escadas livremente. Em Belém, vivo para estudar então estabeleço certo exílio voluntário.
Ele sabe, ficaria com fome ou alimentada com qualquer coisa que encontrasse a mão: farinha, café, água...




Ele sabe que preciso passar muitas horas no computador por dia e a internet é instantânea no meu laptop. 
Sabe que acordo e ligo o aparelho:
Eis que quando acordo, vejo o barulhinho do alerta informa mensagem no bate-papo do email. 
Se fosse no email, eu demoraria a ver.





Ele.
Simplesmente ele.
E a vida segue com a certeza de que é o cuidado com do outro que deixa a gente melhor. 
Eu cuido dele, nós dois cuidamos de outros, e ele cuida de mim.
Com tais bases, enfrento mais do que podem imaginar. 
Essa coisa de saber que alguém importa-se verdadeiramente com você é mágico e produz uma forma específica de olhar o mundo e as grandes lutas.



Eu sei,
ando ausente por aqui.
E quando venho, posto e dou o ar da graça, falo de amor.
Pois é, estes dias estou mais para o amor que para a guerra.
Experimente!
Te desafio, fale de amor.
  


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"Veja bem, meu amigo, a consciência é um orgão vital e não um acessório, como as amígdalas e as adenóides."(Martin Amis)

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