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Acará Foto: Leão Fotografia |
O Pará tem optado historicamente por um modelo de desenvolvimento esquizofrênico que no vale tem facilitado a expansão da monocultura do óleo de palma ao passo que o território como um todo é negligenciado.
O resultado é o aprofundamento da desigualdade, desagregação dos territórios tradicionais e perpetuação da precariedade da vida de quem é miúdo tanto no campo quanto nas sedes municipais tanto do Acará quanto de Tomé-Açu, Concórdia e Bujaru.
Para Iran Pereira, o prof. Iran, "é preciso resinificar a luta pela agricultura familiar e achar caminhos para o mercado, revalorizando os produtos com integração à novos conhecimentos. Além disso, o agricultor familiar deve assumir o protagonismo na operação do turismo a partir de uma base comunitária e sustentável. No período de férias os navios aportam diariamente na cidade. Mas nada deixam."
Os municípios de Acará, Concórdia do
Pará, Bujaru, Tomé Açu formam o Vale, mas estão muito
conectados a toda região do baixo-tocantins. A micro-região está envolvido pelo
dinamismo da grande monocultura e pela agroindústria, assim como está muito impactado pelas tensões entre camponeses de diversas
origens (comunidades tradicionais, pequenos agricultores) e os grandes
empreendimentos do agronegócio.
Um exemplo disso é Território Quilombola Alto Acará que está sob forte pressão do avanço do plantio de dendê (fruto do dendezeiro que produz grande quantidade óleo e é utilizado para a produção de biodiesel) que avança em terras já delimitadas como de comunidades. Como agente central do conflito está A Vale, empresa produto da parceria entre a mineradora Vale S.A. e a canadense Biopalmas - está centro dos conflitos que se arrastam a tempos.
Pelo menos cinco empresas atuam no município e região. Vale, Biopalma, Agropalma, Dentauá e Marborges que atuam com dendê. E Sococo que processa óleo e leite de coco. Uma atuação marcada pela dubiedade já clássica na Amazônia: geram empregos e renda, mas também muitos conflitos, desagregação das atividades tradicionais e tensão fundiária.
Acará é um município vizinho de Belém (PA), contudo
marcado pela invisibilidade. É lá que aportam as dezenas de barcos turísticos
que saem da capital para “consumir” ás paisagens caboclas ribeirinhas das comunidades conectadas pelo rio ao território belenense.
Como maioria da população residindo nas zonas agrárias
é principal município produtor de mandioca do país – a despeito das acentuadas
dificuldades com manutenção da qualidade e produtividade.
No Baixo Acará, a mineração de areia e seixo
compromete os rios, os mananciais e todo o ecossistema. Por outro lado, é
também no Acará que atua a empresa de cosméticos "Natura" com
exploração de priprioca em parceria com as comunidades locais. Um vetor
econômico que têm potencial de crescimento com elementos de sustentabilidade,
mas ainda é tímido no que tange a geração de renda aos camponeses e camponeses
envolvidos.
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Úrsula Vidal e Lideranças Políticas do Vale do Acará e Baixo-Tocantins. foto: Grupo de Trabalho da Rede Sustentabilidade |
Úrsula Vidal presidiu a reunião e ouviu lideranças locais sobre as agendas dos territórios e com as quais também discutiu os arcos de aliança possíveis na construção de um Projeto Político Democrático, Popular e Sustentável para o Pará.
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