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Marciléia Américo, Maurício Américo, Mauricélia Américo |
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Maurício Américo Foto: Carmen Américo |
Aprendi hoje que cada um, após perder um ente querido, tem seu próprio tempo de sentir a dor da perda,
de aceitá-la, de sofrer sua realidade e então gozar as lembranças de alegrias e tristezas vividas com quem se
foi. E quando a nós é chegado este tempo, concluimos que os momentos passados com aquela pessoa
permanecem intactos em nossas memórias, trazendo-lhes, o passar dos anos, coloridas e agradáveis
emoções para uns ou uma cinzenta e triste melancolia para outros. Cabe somente a nós darmos os
contornos àquelas lembranças, escolhendo as cores que preencherão o espaço deixado por aquela pessoa
em nossos corações.
Com a perda de meu PAI, passei a entender a homenagem póstuma como uma maneira de reparar uma
injustiça que cometemos com nossos ausentes amados.
Injustiça na medida em que, por um lapso de nossas virtudes, permitimo-nos - acometidos de raiva, egoísmo, orgulho ou vaidade - ferir com atitudes ou palavras os que se foram. Ou quando por um lapso de comodismo, também injusto, calamos palavras ou omitimos gestos de carinho - que foram retidos pela mágoa ou pela vergonha - e não demonstramos a quem amávamos o quanto eles eram importantes para nós. E como as palavras e as atitudes - tanto as pronunciadas e expressadas, quanto àquelas silenciadas ou omitidas - não voltam atrás, acabamos por esquecer de nos desculparmos, de nos reconciliamos ou de dizer aquele simples "eu te amo" a tempo.
Ah ! Quantas homenagens não teríamos prestado em vida a quem amávamos se não as adiássemos ?! E quantas outras "homenagens" deixamos de prestar por orgulho ou mágoa ?!
Que corrijamos estes “lapsos” fazendo HOJE, desprendido de ressentimentos e orgulho, homenagens a quem vivo encontra-se ao nosso lado. Mas também não nos esqueçamos de homenagear, de maneira póstuma, àqueles entes queridos que não mais aqui estão. Assim, quem sabe, a ferida aberta em nossos corações por termos magoados quem se foi cicatrizar-se-á, dando a cinzenta mágoa que ali estava lugar a uma colorida lembrança de quem tanto amamos.
Faço uso das palavras de Gilson Vilaca para tentar expressar um pouco da dor que sinto em meu coração.
Sempre te amarei meu PAI...
Marciléia Américo.
Obs. Quando cheguei em casa com meu irmão morto, deixei o caixão na sala e fui ao quarto de meu pai, onde fica o porta retrato que traz a anos essa foto.
Meu irmão deixou em casa quando casou novamente e está no quarto de meu pai a vinte anos. Um choque para mm perceber que alguém havia "roubado a foto".
Ele mesmo mandou emoldurar, mas a moldura estava vazia. Diante de minha angústia uma amiga explica que uma de minhas sobrinhas tinha pego emprestado a foto para guardar de lembrança consigo.
Marciléia é a primeira criança da foto.
Meu irmão deixou em casa quando casou novamente e está no quarto de meu pai a vinte anos. Um choque para mm perceber que alguém havia "roubado a foto".
Ele mesmo mandou emoldurar, mas a moldura estava vazia. Diante de minha angústia uma amiga explica que uma de minhas sobrinhas tinha pego emprestado a foto para guardar de lembrança consigo.
Marciléia é a primeira criança da foto.
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