Ação foi para pressionar a empresa BioVale a atender reivindicações
EDIVALDO MENDES
Correspondente em Castanhal
Dez
funcionários da BioVale que trabalham em Tomé-Açu na produção de dendê
passaram mais de 12 horas mantidos como reféns pelos índios tembé da
aldeia Curé Mariquita, distante cerca de 23 quilômetros do distrito de
Quatro Bocas, nordeste do Estado, importante centro comercial daquele
município do Vale do Acará. Os índios também retiveram uma caçamba, dois
tratores e quatro caminhonetes da empresa e fecharam uma estrada
vicinal que dá acesso à vila São João.
À
indigenista Luciana Duarte, da coordenação técnica local da Fundação
Nacional do Índio (Funai) em Tomé-Açu, as lideranças da aldeia Turé
Mariquita disseram que só iam liberar os funcionários e as máquinas,
depois que a direção da BioVale fosse à aldeia conversar. Mas eles
acabaram concordando em liberá-los no final do dia.
No
total, são 85 índios que moram nas aldeias Turé Mariquita, Tekenay e
Nova. O índio Urutaw tembé disse à reportagem, por telefone, que a
BioVale não estaria respeitando os acordos firmados antes do início do
plantio de dendê. "Os sete quilômetros de área entre as aldeias e a
plantação, que deveriam ficar pra gente plantar estão todos ocupados por
pés de dendê. E as águas dos nossos igarapés estão sendo contaminadas
por agrotóxico e pelo adubo químico usado na plantação", afirmou Urutaw,
que estava acompanhado do seu irmão Ezequias.
Fonte: http://www.orm.com.br/oliberal
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