sexta-feira, 2 de março de 2012

Mocajuba: as águas de Março

Aprendi com meus amigos mocajubenses da região das ilhas que o inverno começa nos últimos dias de novembro com a chuva da Conceição. A primeira grande chuva que cai depois de meses de "verão". Com ela caem também as primeiras castanhas na terra-firme. Ela fecha um ciclo do preparo da roça que estará então pronta para plantar.

A chuva da Conceição. Nunca esqueci. 


Durante o mês de  dezembro, ninguém repara tanto na leve subida as águas, mas o tempo entre uma chuva e outra, diminui. 

Janeiro e Fevereiro, a água grande anuncia-se e a maré, que é diária, já não altera tanto o nível do rio. 

Em Mocajuba, é época de pescada branca. Muita pescada, ainda pequena. Pescadinha. 
Foto: Carmen Américo 2011
Mocajuba-Amazônia


Vejam que na região ribeirinha de Mocajuba, e muitas áreas que tradicionalmente são ocupadas por ribeirinhos e ribeirinhas, mesmo que a água grande causa certos cuidados e temores, não é exatamente um problema. 



Durante séculos e séculos as famílias aprenderam como organizar as edificações para conviver com a subida das águas. Já nas áreas de ocupação recente, este processo de entendimento com a natureza não ocorre. Em Tucuruí por exemplo, bairros inteiros foram erguidos nas bacias de inundação do rio. Em áreas que o rio, transborda, ás vezes sim, outras não. 


Em muitas áreas, mesmo em ocupações muito antigas a água sobe demais e desequilibra a vida. Não é o caso de Mocajuba. Felizmente.

E, parente, pense numa água grande no município.

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"Veja bem, meu amigo, a consciência é um orgão vital e não um acessório, como as amígdalas e as adenóides."(Martin Amis)

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