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Barcarena - Contaminação por rejeitos de mineração foto: g1 |
CPI da Mineração no Pará dá prosseguimento aos trabalhos de investigação da atividade mineradora em toda a bacia do rio Pará.
No último dia 23 de
Março, a Assembléia Legislativa do Pará (ALEPA) instalou a CPI da HYDRO ALUNORTE devido à contaminação
comprovada dos rios e do ambiente de madeira geral que atinge centenas de
famílias diretamente e o município como um todo – tanto no campo ambiental,
quanto social, econômico e ético.
É muito importante destacar que essa
CPI resulta de um longo processo abuso no território barcarenense.
Há anos a UFPA investiga a contaminação
da água e das pessoas com resultados positivos alarmantes.
Todos calaram.
A população denunciou os vazamentos de
rejeitos por muitas vezes.
Todos calaram.
A mineradora negou.
Todos calaram.
As
fiscalizações da Secretaria de Meio Ambiente do Pará e do município nada
identificaram.
Todos calaram
Os vereadores de Barcarena (PA)
calaram.
Os padres calaram.
Os pastores calaram.
A natureza gritava todos os dias.
Até que as pessoas começaram a chorar também.
Pela água, pelo rio contaminado, pelo banho que gerava coceira, pela sede que foi transformada em risco de morte.
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a paisagem vermelha da Hydro foto: Márcia Carvalho. |
Finalmente, depois de banhar a cidade
com lama vermelha - um laudo do Instituto Evandro Chagas constatou o vazamento
de rejeitos e a presença de diversos metais pesados, inclusive de chumbo, nas
águas e no corpo das pessoas.
A mineradora já tem histórico de crimes
ambientais na região e nunca pagou indenizações às famílias afetadas.
Não é preciso dizer que, quase todos calaram.
Hoje, depois de todos
os proclames e formalidades, a comissão passou a ter vida própria e autonomia
para conduzir os trabalhos sob a presidência do deputado Neil Duarte e
relatoria de Celso Sabino.
O grupo deve ouvir vítimas,
as comunidades afetadas, em seguida os institutos de pesquisa e as empresas.
Além dos impactos devem ser avaliadas as concessões fiscais dadas à empresa que
estão na casa dos bilhões. Além disso,
todos os empreendimentos instalados na bacia hidrográfica do rio Pará também
serão investigados.
É bastante coisa. Um
verdadeiro pente fino deve ser passo nos empreendimentos existentes na região.
A CPI tem sete membros
e funcionará no período de até 90 dias, podendo ser prorrogada por mais 30.
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