Salve salve a todos nós.
A todos e todas que participaram do I Seminário do Cacau no município de Mocajuba (PA): muito obrigada.
Foi uma experiência muita gratificante.
Encontrei lá figuras marcantes como "Seu Beijo" e Prof. Maurício que são personalidades importantes da nossa geração.
Conheci também o senhor Amadeu Braga, para acabar com esta história de não conheço ele. Fomos formalmente apresentados. Ele é um dos maiores produtores de cacau da cidade - além de ser ex-prefeito.
Mas também, gente nova (não, não estou chamando ninguém de velho...), como a Ieda da Ceplac, a Maria José, bióloga e blogueira mocajubense, "Barnabé, geógrafo e professor da rede estadual de ensino.... Uma galera nova e cheia de boas idéias... Desculpem, não dá para citar todos.
Mocajuba parece se renovar com os filhos e filhas locais que estudaram e/ou buscaram novas idéias e ao mesmo tempo valorizando a "velharada" cheia de conhecimento e conhecedores das boas práticas...
Fantástico !!!
Muitos dos agentes representantes da cadeia de produção regional estavam lá. Produtores, Associações, Sindicatos, Ministério da Agricultura, Ceplac, Basa, Secretaria de Agricultura de Município, Instituto Local...
Importante perceber que a sociedade local, em iniciativas autônomas, envolvendo os diretamente interessados, pode construir projetos de futuro comum.
Mocajuba é um dos grandes produtores de cacau de vázea, 250 toneladas, segundo o IBGE, e 350 toneladas segundo os comerciantes locais, ou 700 toneladas - como informou o secretário de agricultura, Aldo Serrão, durante o evento.
Mesmo numa média de 300 toneladas anuais, já é um grande número. E com poucas iniciativas de melhorias na produção e secagem é possível dobrar esta produção.
Segundo informantes locais são, pelo menos, 500 famílias envolvidas na produção direta.
Há séculos mocajubenses produzem um cacau originalíssimo, sem aditivos químicos, caracterizado como orgânico, além de pode ser classificado também como cacau de "terroir" ( lê-se terruá). O que significa isso ? Trata-se de um produto originado de “uma extensão limitada de terra considerada do ponto de vista de suas aptidões agrícolas”. Além disso, atualmente o termo “terroir” está muito relacionado ao vinho e ele exprime a interação entre o meio natural e os fatores humanos. Ainda falaremos mais disso.
No caso de Mocajuba, fazemos parte de uma área de várzea que envolve Cametá, Igarapé-Mirí, Baião, Abaetetuba entre outros onde o processo de ocupação antigo e ligado ao agro-extrativismo ribeirinho. Esta originalidade coloca o cacau de Mocajuba, e região, em um processo de diferenciação que no mercado internacional tem altíssimo valor. Então a idéia de terroir pode ser usada, e é, em muitos locais, para agregar valor ao produto.
È isso mesmo. Tem gente que paga a mais por produtos com características especiais. No caso do cacau, é um tal de cacau fino, coisa fina.
Aponta-se um processo significativo de re-valorização das Ilhas, das áreas ribeirinhas com a organização da cadeia e constituição do ARRANJO PRODUTIVO LOCAL DO CACAU conectado ao comércio global. Ou seja, o cacau pode recolocar Mocajuba nos circuitos internacionais do comércio - agora pautado em cadeias sustentáveis de produção.
Só lembro das “encarnações” que sofremos por causa do nosso modo peculiar de falar, o caboquês afrancesado que carregamos.
Agora podemos dizer:
Hee!!! Sumano !!! Tu nem sabe.
Ser caboco está na moda !!!!
E nosso cacau agora é cacau de TERRUÁ.
RIRIRI, DÉ TERRUÁ.....
Mocajubês à parte, existem muitas formas de incentivo as chamadas atividades produtivas sustentáveis pautadas no uso e manejo da floresta. O cenário internacional é favorável pois tem demanda para nosso produto (cacau de terroir, orgânico ou simplesmente cacau bom) e muitos setores de governo estão voltados para o fortalecimento da cadeia de produção.
Eu, não resisto:
Cacau de térruá, mas olhe lá não !!!!
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