sexta-feira, 26 de junho de 2009

O política pública local as avessas e a saúde publica em Mocajuba


Ainda ocupo-me desta famigerada questão da carne bovina em Mocajuba e a necessidade urgente de estruturação da cadeia local do gado de corte. O fechamento dos abatedouros, que apesar de que a rigor, não podiam ser considerados clandestinos, atuavam sem condições técnico-sanitárias, NÃO TROUXE MELHORIAS PARA A QUALIDADE DA CARNE VENDIDA AOS MOCAJUBENSES. Pelo contrário, agora as famílias estão expostas a maiores possibilidades de contaminação. O denunciante esqueceu que se a questão fundamental é a saúde pública, os comerciantes locais também precisam estruturar-se para cumprir as exigências técnicas para comercialização - dentre elas e, principalmente, a MANUTENÇÃO DA TEMPERATURA DA CARNE.
Foto ilustrativa em Mocajuba não existem tais condiçoes
A CARNE ABATIDA NO MUNICÍPIO, A DESPEITO DE TODOS OS PROBLEMAS, ERA ABATIDA E VENDIDA MESMO DIA NA MAIORIA DAS VEZES. A CARNE RESFRIADA NÃO O É. ALÉM DE QUE LOGO É EXPOSTA A ALTAS TEMPERATURAS, segue apodrecendo rapidamente. Percebam que os vendedores - não habituados com a carne que respinga sangue pela perda das condições de temperatura- agora usam um paninho para "enxugar" as peças de carne. Já imaginaram quantas ameaças biológicas são carregadas pelo tal paninho ?

Sobre os serviços de inspeção de produtos de origem animal.
Atualmente, no Brasil, após a promulgação da lei federal nº 7889, de 23 de novembro de 1989, existem três competências legais nas quais se exercem os serviços de inspeção de produtos de origem animal. São as seguintes:
A) Serviço de Inspeção Federal: registram-se nesse serviço os estabelecimentos que comercializam produtos entre Estados e/ou para exportação;
B) Serviço de Inspeção Estadual: nesse serviço são registrados os estabelecimentos que comercializam produtos para outro município;
C) Serviço de Inspeção Municipal: são registrados nesse serviço os estabelecimentos que comercializam produtos dentro do município.
Assim, os estabelecimentos registrados no Serviço de Inspeção Municipal não podem comercializar fora do município de origem, bem como os registrados nos serviços estaduais não podem comercializar fora do Estado de origem.
São competentes para realizar essas inspeções nos estabelecimentos produtores e no transporte o Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento e as secretarias estaduais e municipais de Agricultura e Meio Ambiente. Já a fiscalização no varejo compete à Secretaria da Saúde, por intermédio da Vigilância Sanitária, serviço que pode ser estadual ou municipal. Além destes, O MINISTÉRIO PÚBLICO ESTADUAL E O PROCOM TAMBÉM PODEM SER ACIONADOS.
Em um estabelecimento de abate de bovinos, o animal é submetido a uma série de análises e exames antes e depois do abate para garantir ao consumidor final um produto de qualidade _são as denominadas inspeção "ante mortem" e inspeção "post mortem".
A importância da inspeção "ante mortem"
A inspeção "ante mortem" é de suma importância em um estabelecimento de abate, visto que algumas enfermidades têm sintomatologia clara nos animais vivos. No exame "post mortem", pouca ou nenhuma alteração é detectada.
A constatação de alterações nos animais antes do abate determina sua separação do lote. Dessa maneira, evita-se a entrada de animais portadores de doenças infecto-contagiosas (como a raiva, o tétano, o carbúnculo etc.) na sala de abate, o que, além de atentar contra a saúde pública, contaminaria as instalações e os equipamentos.
No transporte, o animal sofre forte estresse. Seu descanso, durante o período de repouso no estabelecimento de abate (de 6 a 24 horas) serve para que reponha suas energias, para que se adapte ao novo local e para que seja observado o seu comportamento por um médico veterinário especializado, que tomará as medidas cabíveis, caso haja alguma alteração.
A importância da inspeção "post mortem"
A inspeção "post mortem" é feita durante a manipulação do animal, após o abate. São realizadas várias análises e exames em suas vísceras e gânglios, a fim de garantir a qualidade do produto antes de ser colocado à disposição do consumidor.
Os locais ou pontos da sala de matança onde são realizados tais exames são chamados "linhas de inspeção" e estão assim padronizados:
A) Exames dos pés - realizados em estabelecimentos exportadores
B) Exame do conjunto cabeça-língua
C) Cronologia dentária - exame facultativo
D) Exames do trato gastrointestinal e do baço, do pâncreas, da vesícula
urinária e do útero
E) Exame do fígado
F) Exame do coração e dos pulmões
G) Exame dos rins
H) Exame dos lados interno e externo da parte caudal (traseira) da
carcaça e dos nódulos linfáticos correspondentes
I) Exame dos lados interno e externo da parte cranial (dianteira) da
carcaça e dos nódulos pré-escapulares.
Após a realização de todos os exames, estando própria para o consumo, a carcaça recebe o carimbo de inspeção em partes predeterminadas, sofre uma toalete final e vai para a refrigeração, aguardando expedição para o consumo. Caso seja detectado algum problema, a carcaça não vai para o consumo, tomando o médico veterinário as providências cabíveis.
A importância do frio na qualidade da carne
O resfriamento da carcaça antes de seu envio para o consumo é muito importante tanto do ponto de vista sanitário como do ponto de vista da garantia de qualidade e de tempo de prateleira (duração da validade).
A "frigorificação" ou tratamento pelo frio industrial ou artificial constitui a técnica mais utilizada na conservação de carnes, preservando-as como recurso estacional, quer garantindo seu transporte a distância, quer possibilitando seu uso na industrialização ou consumo.
O rebaixamento da temperatura aos níveis adequados atua na inibição ou na destruição de microorganismos de putrefação e no retardamento da atividade enzimática, aumentando o prazo de vida comercial da carne. Independentemente do controle dos microorganismos responsáveis pela deterioração, o frio contribui de uma forma muito importante para o controle das infecções e toxinfecções alimentares em virtude da incapacidade que tem a maioria de seus agentes de crescer rapidamente em temperaturas em torno de 4ºC.
Como saber se a carne é inspecionada?
No varejo, vários aspectos podem ajudar o consumidor a saber se o produto que ele está comprando vem de estabelecimento inspecionado. Quando a carne se apresenta em cortes e embalada, a rotulagem deve conter todas as informações necessárias para que se saiba que estabelecimento processou aquele produto, como a logomarca do serviço de inspeção, que contém um número que identifica o estabelecimento, a data do processamento, a data de validade, a temperatura de conservação etc. Quando está em grandes peças, é possível observar os carimbos de inspeção (de cor azul/roxa, feitos com tinta atóxica) em cujo interior existe um número que identifica o estabelecimento produtor. Se as peças estiverem em cortes e se não houver nenhuma identificação do estabelecimento produtor, o consumidor deverá exigir do estabelecimento varejista a nota fiscal de compra do produto, o que lhe permitirá constatar se a carne veio de estabelecimento registrado ou não.
Caso não se comprove a origem da carne, o consumidor deve denunciar o estabelecimento às autoridades de saúde pública para que seja feita a verificação da qualidade do produto oferecido.
A denúncia pode ser encaminhada à Secretaria da Saúde, ao Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento ou à Secretaria de Agricultura ou ainda a organizações não-governamentais, que as levarão ao conhecimento das autoridades competentes.


Um comentário:

Edgar Contente disse...

CARNE CLANDESTINA X SAÚDE
CARNE BOVINA, O ASSUNTO ME CHAMOU ATENÇÃO POIS, TRATA-SE DA SAÚDE PÚBLICA DOS MOCAJUBENSES. CARMEM, ANALIZEI ATENTO SUA MATÉRIA E PUDE PERCEBER O SEU CONHECIMENTO "TÉCNICO" DO ASSUNTO. NO ENTANTO, QUERO LHE INFORMAR QUE AS DOÊNÇAS CAUSADAS PELO CONSUMO DA CARNE DE ORIGEM CRANDESTINA SÃO MUITOS. E SEJAMOS FRANCO! A CARNE ATUALMENTE CONSUMIDA NO MUNICÍPIO DE MOCAJUBA É DE 1ª QUALIDADE. POIS O FRIGORÍFICO PARAENSE E DA MAFRIBAT, REUNEM TODOS OS PRÉ- REQUISITOS EXIGIDOS PELOS ÓRGÃOS COMPETENTES DO ESTADO, SITO A ADEPARA. LEMBRO AINDA QUE ESSES DOIS FRIGORÍFICOS SÃO OS MESMOS QUE ABASTECEM SUA CIDADE ATUAL BELÉM. OUTROSSIM, É PRECISO QUE ESSAS CARCAÇAS E AS VÍCERAS POSSAM SER ANALIZADAS PELOS VETERINÁRIOS AUTORIZADOS. TALVEZ MUITAS DAS DOÊNÇAS QUE LEVARAM NOSSOS MOCAJUBENSES AO SOFRIMENTO SEJA JUSTAMENTE O CONSUMO DESORDENADO DE CARNE ANIMAL DE ORIGEM CLANDESTINA. POSSO LHE GARANTIR QUE 95% DOS QUE TRABALHAVAM NA DISTRIBUIÇÃO E COMERCIALIZAÇÃO DE CARNE , CONTINUARAM NO MERCADO, GANHANDO MAIS, RECOLHENDO IMPOSTOS, GERANDO MAIS EMPREGOS E MELHOR POSSO DE GARANTI-LHE QUE ALÉM DA QUALIDADE O PREÇO COM A CONCORRÊNCIA AGORA, FICOU MAIS BARATO. EDGAR CONTENTE

"Veja bem, meu amigo, a consciência é um orgão vital e não um acessório, como as amígdalas e as adenóides."(Martin Amis)

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