ana paula soeiro foto: arquivo pessoal |
Mandamos uma pequena entrevista com Ana Paula, a neocabana que protestou contra o ministro que tornou-se ponto central dos debates políticos em Cametá. A cidade cidade que serviu de resistência a elite paraense na revolução cabana e viu seus interiores tornarem-se trincheiras de guerra e resistência contra a opressão colonial no século XVIII.
Pois bem.
blog: como chamas? Onde vives em Cametá?
Eu me chamo Ana Paula Silva Soeiro, tenho 23 anos e moro no Bairro Brasília.
blog: O que ocorreu naquela manhã de sábado?
Eu acordei ás 10 da manhã ao som de fogos de artifício. Um dia antes na sexta foi convocada uma reunião para falar sobre a vindo de Helder barbalho a Cametá para que fosse assinada a liberação de 8.000.0000 (oite milhões de reis) para a revitalização da frente da cidade- mais conhecida como cais. Dois dias antes da vinda de Helder a Cametá foi divulgado o nome do ministro na delação da lava jato.
Quais os motivos do protesto?
Ao chegar no evento aonde se encontrava o ministro e a banca de deputados dele notei que o ato tinha como objetivo lançá-lo como futuro candidato a governador do Pará. A fala dos presentes indicava isso, ligando isso ao milhões que pretensamente serão liberados. As falas também relacionava os recursos a notabilidade do ministro.
Eu, e junto com movimento estudantil de Cametá organizamos um ato de repúdio mais conhecido entre nós como escracho.
A obra é muito bem-vinda. Mais como já é costumeiro em nosso país a super-faturação desses empreendimentos. Quando esse empreendimentos estão relacionados às proximidade das eleições leva imediatamente a uma sensação de revolta - especialmente em se tratando desse governo federal ilegítimo. É inaceitável esse tipo de representatividade para o nosso estado e o que nos leva a atos de manifestação e repúdio.
O que aconteceu depois ?
Após o ato de manifestação, já sabendo do resultado que teria a minha atitude, eu já possuía em minha mochila meus documentos. Fui contida pelos seguranças. Mas não reagi em nenhum momento. Após essa contenção, fui algemada pelos seguranças e agredida com socos pontapés pelos membros dos partidos organizadores do evento (PMDB, DEM) e que estavam lá presentes. Durante minha detenção por parte dos seguranças do local fui não só agredida fisicamente como verbalmente pela maioria machista e homofóbica que se fazia presente no local.
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