terça-feira, 9 de junho de 2015

Eu já enfrentei abutres, piolhos, amebas, lombrigas ! E sobrevivi.

walk_away_by_nikongriffin-d8wikpi
deviantart

Grandes lutas, contém em si o antagonismo das adversidades, 
São sempre o par do arrastar das correntes das forças do passado,
Que, muitas vezes travestidos de novo, representam a  tentativa de impedir que o frescor do novo se estabeleça.





e muitas vezes...
nada,
pequenas amebas
anêmonas do poder.






Assim, para mim, que tenho como referência a casa de meus pais na minha cidade de nascença, vivência e afetividade eterna.



[...] Lá quase última casa do bairro mais pobre de uma pequena cidade,
na região mais periférica e subsumida de uma país, que quando nasci era ainda "Terceiro Mundo",
Sempre dominado por uns poucos distribuídos em todos os cantos e também nos remansos amazônicos;






Para mim, que enfrentei o azedo do lixão que formou-se a frente da minha casa,
que  perambulava por lá...
Entre os restos de uma pseudo-elite parasitária e sempre usar para sí, como seu, o que era meu, o que era nosso.
[...]
Que  ainda olhava os urubus que por ali viveram com poesia!
Pobres urubus!
Mas os urubus sociais a olhar para mim como mais uma "zinha" pobre e piolhenta da boca da estrada, destes eu sempre soube, 
Minha linda e combativa mãe sempre me alertara...
Eles existem.
E só tem um jeito...
Vestir essa saia de pregas e sair no meio da poeira em busca de um instrumento...

Mas por alí, também passavam revoadas de borboletas.
Eu lembro bem.
Entre urubus e borboletas...

Para mim amebas, lombrigas, piolhos e urubus são parte de todo o processo e são, o que são.






Para mim, a necessidade de afirmar minha identidade de origem,
É não deixar a mim mesma,
E aos demais para trás.


***
Eu sei quem sou,
E tenho compromisso com minha origem.
***



***
Já faz tempo,
Mas eu lembro bem,
***




***
Chama-se "O buracão",
Lá dos lados da Boca do Inferno
Foi minha paisagem de referência 
Que foi sendo aterrado a medida que se aterrava também o meu lugar dentre aqueles que não dizem nada,
Não dirão
Porque, não!
Por que não
***





***
Criada por uma guerreira que chamavam de aleijada, mulher de um pobre caboclo semi-analfabeto...
Aprendi que se trabalha sempre muito duro 
Se varre a mentira
Se varre a preguiça 
E planta-se o bem e a caridade!
Mas além disso,
Aprendi pelos cantos das faculdades.
É preciso inovar com o saber local e com os recursos disponíveis.
Dentro de percepções de desenvolvimento que entendam a diversidade de saberes, formas de produzir e o ecossistema.
E gerar desenvolvimento! 
Um desenvolvimento que não prescinde do Estado.
Muito menos do mercado.
E pensar mercado, é pensar em todas as escalas.
***




***
Sim, eu já enfrentei amebas, vermes, piolhos e abutres outras vezes!
E mesmo diante de todas as dificuldades 
[...] A educação vale mais que falta de merenda,
E aquela "dor-de-estômago"...
Quando a merenda não vem.

Era um alerta de um futuro maior
E que lombrigas e piolhos seriam deixados para trás.
***

***
Eu já sabia que outras lombrigas, amebas e piolhos sociais multiplicam-se.
Porque se os grandes abutres roubam o povo
Eles o fazem, a criar em volta de si,
anêmonas do poder
defensores e apoiadores dos abusos
***




***
Que, pelos favores e até amores, do poder...
vivem assim...
como ninhos de lombrigas, amebas e piolhos
Já os enfrentei mais de uma vez!
Eles ficaram para trás.
Ficarão.
Novamente.
***





***
Aprendi que encontrar um lugar para si,
É duro.
Mas encontrar  lugares para os outros é um caminho que conta com todas as formas de adversários: 
adversários mudos,
 falantes, 
poderosos, 
com sua cavalarias...
De amebas ,
De piolhos,
De lombrigas,
E aprendizes de abutres, urubus...

***




***
Não importam-se com nada e nem com ninguém
- Não!
- Não pode.
***


***
- Ela não.
***


***

- Tem que ser eu, meu sangue, meus comparsas.
-Não!
-Não ajudo.
Não falo.
- Não otimizo.
- Só se for minha lacaia.
-Ai, até pago, e pago bem.



***

[Uma casa, um tratamento para tua mãe?]

***

****
pensam que esqueço?
Não.
Vocês já tentaram.
***






***
Sim, eu já enfrentei amebas, urubus, lombrigas e piolhos!
E já os enfrentei mais de uma vez!

E uns murmuram, "essa coisa de socialismo" não funciona"
DOCES IDIOTAS!
[Bancodeescolaavezeséapenasparaefeite!]
Ter compromisso com a pobreza e ainda coisa distante.
E os ranços de formas cansadas impedem o entendimento de novas possibilidades,
Modernas,
Renovadas
E viáveis.

***


***
Nããão!
Joga cal em cima.
Ou nos serve,
Ou vamos afogar.
Destruir.
Diminuir!
Murmuram...
Não apoio.
Não compro nada.
Ela tem é que sumir.
Desgraçada!
Mulher,
Filha de pobre 
Não!
***



***
Sim, eu já enfrentei amebas, piolhos, abutres e lombrigas!
Sim, mais de uma vez!
Pior do que eles, só os filhos bastardos da elite,
Não são nada,
Não fazem nada,
Vivem das migalhas do poder de do dinheiro do povo
Mas tentam a todo custo, usar esse mesmo povo,
diz-que como suas bases,
E assim ganharem uns bons trocados para sustentar sua preguiça,
sua arrogância,
seu preconceito de toda espécie...
Pensam que somos idiotas,
Uns, diante das dificuldades, se fazem de idiotas a sua presença.
E riem as suas costas,
Quase nossos bobos da corte!

***




***
E os amigos que se fazem ocultos com medo da cavalaria do mal!
-Vamos tomar uma ceva?
-Vai-na-frente-que-eu-já-vou!
[é-por-isso-que-eu-bebo].
Os abutres amedrontam as pessoas!
E soltam amebas pelas ruas...
Abutres e candidatos a abutres!
a enganar pessoas de bem 
que talvez nem saibam a função que realmente lhe aguarda. 
***






***

E os pseudo amigos a querer subir em suas costas!?

***
Para encontrar um caminho mais curto no diálogo com as pessoas.
Para usar da afetividade da amizade para parecer que é, o que não é.
Nunca será.




***
Mas felizmente...
Vou dizer baixinho...
Existem amigos fiéis,
que são amigos e amigas,
porque, sim.
Parceiros do bem.
Gente com o coração nos olhos ..
E por que não...
Também existem velhas elites envernizadas pelas necessidades de se pensar o novo
e entendendo que ser "velho" e "elite" é mais do que ser um rato do poder!
e muita gente a espera de algo
realmente novo.
***





Com a colaboração de revisores anônimo (a) s.
****

Há alguns anos, quando lendo sobre Nelson Mandela (o Madiba)  descobri esse poema
E desde então é repito todos os dias.





Dentro da noite que me rodeia
Negra como um poço de lado a lado
Agradeço aos deuses que existem
por minha alma indomável






Sob as garras cruéis das circunstâncias
eu não tremo e nem me desespero
Sob os duros golpes do acaso
Minha cabeça sangra, mas continua erguida





Mais além deste lugar de lágrimas e ira,
Jazem os horrores da sombra.
Mas a ameaça dos anos,
Me encontra e me encontrará, sem medo.



Não importa quão estreito o portão
Quão repleta de castigo a sentença,
Eu sou a senhora de meu destino




Eu sou a capitã de minha alma.

Poema Invictus 
William Ernest Henley
De 1875
Adaptação Carmen Américo

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"Veja bem, meu amigo, a consciência é um orgão vital e não um acessório, como as amígdalas e as adenóides."(Martin Amis)

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