sexta-feira, 19 de junho de 2015

Amazônia Tocantina: Mestre Vital, O engole Cobra. Enfrentando a corrupção e a destruição do meio ambiente com poesia, teatro e música.


Mestre Vital, fazendo arte, fazendo crítica, fazendo história e recebendo reconhecimento por longos anos de dedicação a arte popular e a crítica social.


Meu tio, o segundo filho de minha avó Canuta, depois de minha mãe Alzira. 
Nascido na localidade de Tentém, em Cametá (PA): uma das ilhas de paisagem poética da Amazônia Tocantina.  




Mestre Vital é daqueles artistas polivalentes, é ator, poeta, pintor, critico reverente, um filosofo do povo  e “cantador”, como ele mesmo diz. E fundamentalmente, um contestador.



Ficou conhecido  Vital Batista "Engole Cobra" em 1990, depois da visibilidade de um de seus trabalhos, o engole cobra - que tem como personagem central o modelo avassalador de desenvolvimento que tem produzido graves problemas ambientais, por exemplo.  Mas também graves problemas sociais como a corrupção.



Então, não podendo exterminá-los fisicamente, resolveu fazer música combativa, uma outra forma de protesto.  Reelaborando-se para enfrentar a corrupção e as mazelas sociais e ambientais que ele enxerga perto de si. Para ele tudo isso é "cobra", todos os corruptores são como cobras. E ele cria um ser imaginário para combatê-los: O engole cobra.  Na realidade, seu  alter ego, seu outro eu, a enfrentar como poesia as malignidades dos pseudo-donos do poder. 



Produz um híbrido de teatro, música, poesia crítica que lhe assegura um papel na cultura popular hoje reconhecido também por intelectuais e artistas com outras formações. 



Tenho outro tio que lida com arte e música. Mas tio Vital é um artista polivalente e muito original. Ele é cria da arte das águas da Amazônia. Ainda menino, por volta dos 18 anos, era vocalista da tradicional  Banda Caferana. Logo, também passou a atuar nos Cordões de Mascarados, Banguês e Sambas de Cacete - manifestações muito genuínas da cultura amazônica. 


Muito original e polêmico, carrega em sua postura nas composições, certa acidez e criticidade diante do mundo que está posto.


Sua marca é sem dúvida algo entre o caboclo, o artista e o filósofo. 
Bem, só podia ter uma sobrinha Matinta.




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"Veja bem, meu amigo, a consciência é um orgão vital e não um acessório, como as amígdalas e as adenóides."(Martin Amis)

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