segunda-feira, 5 de janeiro de 2015

É hora de agradecer !! Minha mãe melhorou e está em casa.


Meus caros e caríssimas,

Minha mãe encontra-se em casa. Felizmente, menos de 24 horas depois que tive que sair da cidade (por conta de compromissos acadêmicos e médicos) ela teve alta e já encontra-se em casa sob os cuidados de uma de irmãs minha companheira neste episódio, que por conta das festas de final de ano estava conosco e ainda permanece em casa. 



Agradeço enormemente a todos e todas que envolveram-se direta ou indiretamente no tratamento e esforço de recuperação dela. Aos que ligaram, vocês não sabem o afago que fazem em uma hora dessas.  Aos que enviaram sms, inclusive sem identificação, me desculpem os quais não respondi, os contatos em muitos casos estão sem nome então não sabia a quem me reportar. E aproveito para dizer por aqui, muito obrigada ou muito obrigado.



Queria especialmente agradecer a equipe do Hospital Maria do Carmo, que a despeito da dificuldades estruturais não mediram esforços para nos atender. Em especial ao diretor, a quem abordei no meio da rua solicitando apoio.



Ao médico de plantão, Gilmar. Uma enxurrada de agradecimentos ao senhor. A equipe de enfermeiros e auxiliares, também muito especialmente, desculpem o "enjoamento" - mas é coloquem-se no meu lugar, pode estar idosa muito doente e com graves comprometimentos estéticos, mas é a pessoa mais importante do mundo para mim. Eu infelizmente, tenho problemas com sangue e tudo que envolve curativos, caso contrário, eu os solicitaria menos. No final tudo deu certo. Como não lembro o nome de todos, não citarei os nomes para não ser injusta. Mas é incrível a diferença que fazem os bons profissionais. 




Aos porteiros por permitirem as visitas do incessantes do meu velho pai e meu sobrinhos e também do meu marido. Novamente, desculpem a insistência. Era importante para ela.



Aos vizinhos e amigos que foram lá. Aqueles que ofereceram apoios diversos. E que nunca me faltam. Aproveito para agradecer também aqueles que há muito pouco tempo me apoiaram imensamente quando da doença de meu marido, aos que ligaram se dispondo a ajudar com minha mãe enquanto eu estava com ele em Belém.  



Aos que falaram pelo bate-papo do Facebook e que não pude responder, respondo agora por aqui muito obrigada. 




Alguns não entenderam minha ausência e meu desespero no dia da virada, e inclusive aqueles que passam para me cobrar a falta de atualização do blog.  Narro-lhes aqui brevemente: 




Estávamos em casa naquele clima característico das festas de final de ano desde o dia 24\12 quando chegaram meus dois irmãos Merize e Zeca  (ZéLuis), que chegam de longe e confraternizam-se já que Merize mora em Breves e Zeca em Belém. Ao longo desses dias: aparentemente nada havia de errado com minha mãe. Mesmo recusando insistentemente a cuidados médicos e a vir comigo para Belém, ela acata bem, depois de anos se negando a isso, os cuidados de enfermagem que é feito pela minha amiga Ciele Serrão. Então, foi algo repentino mesmo. 




Eu estava no quarto com Welhington e minha mãe em outro com minha irmã e meus sobrinhos, eis que depois de um tempo descaçando eu e Welhington fomos " atentar" mamãe, como nos referimos. Eu entrei no quarto e disse como de costume, E ai tua? Como faço sempre.  Mamãe estava  com o rosto ensanguentado... O terrível, mesmo no hospital, quando perguntado se ela estava sentido algo. Ela respondeu: não. Nada.




Minhas queridas "Lili" que foi visitá-lo em um dia que eu passava mal de sono em casa e atendeu-me de pronto, minha solicitação de que a visitasse. Foi e "não arredou-pé". E a Ciele, que acima de tudo uma amiga que minha mãe estima muito. Meu amigo Virgílio que deu uma de psicólogo por dias seguidos nas calçadas do hospital.




O coração já dispara. Pedi para minha irmã arrumar ela e segui para o hospital próximo a meia noite. Foi nessa hora que muitos me encontraram meio zureta na rua. Desde o dia da virada, que passei lá e meu marido na frente dormindo no carro a espera de qualquer intercorrência. E também nesta hora que fui atrás do diretor do Hospital. Portando, minhas desculpas pelo sumiço - aos que até agora ficaram sem respostas. 




Desde então, ela estava internada e hoje  obteve alta e encontra-se em casa os meus irmãos Merize e Salomão e meu pai. A infecção recuou e o médico liberou. Tudo seria mais simples, se ela aceitasse vir comigo para Belém, mas ela não quer sair da casa dela.




Eu estou em Belém tentando cumprir os compromissos acadêmicos que muito a honram já que ela deu a vida para nos educar. E para fazer justiça ao programa que me aprovou. E entre o compromisso acadêmico, o compromisso duplo com minha mãe, e com meu marido. Sigo, contando com todos vocês que me apoiam inclusive aos meus credores locais que sempre atendem-me com rapidez - dos supermercados a Farmácia. Em que lugar do mundo você chega no desespero para comprar anti-bióticos (o antibiótico disponível no Hospital não resolveria o problema de minha mãe), com dinheiro apenas para uma caixa, achando que era apenas uma, e por conta do sono, não percebe que eram cinco - e ainda assim volta com todos os  remédios na mão ? Pois é. A Mocajuba como um todo - devo muito.
E agradeço.
Enormemente. 




Chegaram mensagens truncadas e algumas pessoas acharam que era o Welhington que estava novamente doente. Ele ainda não está 100%, deve estar em seis meses. Mas está bem, voltou até a jogar bola, mesmo indo para andiroba por conta disso. 





Há um ano atrás, em uma das minhas estadas com minha mãe no Hospital, ela havia escorregado e caído, não conseguia andar  e sentia muitas dores - o médico de plantão acho que era "João" o nome dele. Um senhor. Disse mais ou menos o seguinte: " a verdade é que a maioria dos profissionais da saúde vê sua mãe idosa e doente e pensa que não há mais nada a fazer e trata com descaso. Então ela, assim como muitos idosos fica marginalizada  pelo sistema de saúde". Nunca vou esquecer a fala dele. Então todas as vezes que preciso recorrer, ou ela permite que eu recorra aos médicos - já vou de antemão com pé atrás e receosa com o atendimento.







Outra ocasião, quase fui ás vias de fato com o então prefeito José Antônio Castro, por não consegui r atendimento, quando foi necessário que ele designasse um vereador, meu amigo Jorge do Janito, para acompanhar o atendimento. Lembro que minha amiga Marciléia Wanzeler perambulou comigo a cata de quem a visitasse.



Os médicos estiveram lá. Depois sumirão. Outra vez, novamente tive que mobilizar diretamente o então prefeito José Antônio Castro, para conseguir um atendimento odontológico para ela. Consegui. Mas depois disso, ele nunca mais voltou.


Recentemente, estava em Belém e para minha surpresa, minha mãe me ligou para dizer que o médico cubano tinha ido visitá-la depois de muitos meses que estive no posto solicitando atendimento (quando inclusive teve um altíssimo "entrevero"). Ele apenas, conversou com ela e disse que havia melhorado muito. Ela ficou superfeliz. Depois disso, ninguém infelizmente não apareceu lá. As visitas a idosos doentes é uma obrigação protocolar do sistema de saúde. Então, se eu ficar ansiosa perdoe-me, pode restar apenas a força de suas mãos para apertar a minha (um código entre nós duas) - mas não aceito que ela que ela se vá e preciso de vocês. Para muitos pode ser uma "velha doente" e descaracterizada, afinal, os abutres existem aos montes, gente do pior tipo e capaz das maiores perversidades - mas para mim é minha mãe. 




Felizmente, mesmo que o médico tenha razão no plano geral da saúde pública no país - existem profissionais e profissionais. E são os profissionais de verdade que tratam qualquer um com cuidado e a deferência que um ser humano merece. Independente da idade e também de acordo com a idade. 




Aos que perguntaram o que poderiam fazer e ficaram sem resposta: eu respondo aqui, assim que puderem, especialmente, quando eu não estiver na cidade - passem em casa para tomar um café.  Ela ainda precisa de cuidados por conta dessa crise. Mas mamãe adora visitas. 


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"Veja bem, meu amigo, a consciência é um orgão vital e não um acessório, como as amígdalas e as adenóides."(Martin Amis)

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