A saga de Miguel por atendimento médico em Mocajuba (PA)

Geeeente,

Deixe eu contar para vocês direitinho.

Miguel é meu vizinho "de cerca" aqui na Teófilo Ottoni, desde que "me entendo por gente". E todas as tardes, "depois das quatro" quando o sol começa a arrefecer (uulha) - a família dele e muitos outros vizinhos sentam a sombra do meu "pé de pião", aquela árvore que afasta até maus espíritos. 

Pois bem. 
Todas as tardes, como de praxe, eu, a depender do tempo sento com eles. Ou os cumprimento. E como a mão de Miguel estava ferida - eu sempre pedia para ele pegar na minha mão brincando e tentando apertar a mão ferida dele.
Mas "a brincadeira" não acabava porque "a bendita mão" não melhorava nunca pelo contrário ficava cada vez pior. 

Diante disso, ele me pediu ajuda para ir até o hospital do município visto que já tinha tentando atendimento sem sucesso. Miguel, portanto, é meu amigo, meu vizinho. Mas se não fosse eu me indignaria e tentaria ajudar da mesma maneira. Pois é direito dele ser atendido pelo sistema de saúde do município - com respeito e seriedade.

Ontem a tarde, Miguel chegou com a esposa aqui em casa. 

Todo feliz porque finalmente, depois de tanto vuco-vuco e de ter corrido o fuxico na cidade inteira - conseguiu seu raio-x e obteve melhor diagnóstico sobre sua mão inchada, dolorida e provavelmente infeccionada.  Contudo, não possui dinheiro para comprar os remédios e muito menos para seguir para Belém do Pará. O médico disse a ele que sua situação é ainda grave e que precisa ir a Belém do Pará para resolver seu problema. 

Qualquer cidadão de bem deve estar a pensar: mas afinal todo paciente com problemas mínimos deve ser encaminhado a Belém do Pára?

Em Mocajuba(Pará) não há um cirurgião? 

Não era com esse cirurgião que Miguel deveria, segundo o diretor tratar seu problema? 

***

A verdade minha gente, é que acima das ideologias deve estar a instransigência com a defesa dos direitos fundamentais de qualquer um - especialmente aqueles que estão alijados do poder que lhes deveria servir. 

E como diria Che:

Se você é capaz de tremer de indignação a cada vez que se comete uma injustiça no mundo, então somos companheiros (Che Guevara)