sábado, 24 de agosto de 2013

A vida continua muito difícil por aqui...



Hoje é o terceiro dia de internação em CTI do Maurício, que dera entrada no Hospital Saúde Da Mulher “parado” – na linguagem médica. 


Se meu desespero naquela tarde de quinta-feira  para garantir a entrada imediata no hospital foi avassalador - depois ter que quase sair no braço para o guarda que, todo elegante, impedia a entrada no CT - hoje o sentimento não tem exatamente um nome.

A vocês todos que rezam, ligam, re-ligam... e pedem notícias.

A verdade é que o atendimento do meu irmão em Mocajuba, apesar da grande mobilização dos amigos – segundo a médica que é responsável pelo caso dele aqui em Belém (PARA) foi caótico. Ela repetiu isso ontem de forma incisiva e muito objetiva: Maurício chegou “MORTO” no HOSPITAL. E foi reanimado depois de 20 minutos de tentativas.
Voltou à vida....

Ele voltou com baixa frequência cardíaca e com pressão mantida por drogas em altas dosagens. E surpreendeu a médica, que com cara de mensageiro da morte naquela tarde de quinta-feira disse-me: “vamos aguardar um pouco para que os efeitos das drogas passem, mas ele pode não resistir”.  Todos estavam do lado de fora parentes, amigos, os filhos dele: Mauricélia, Marcileia e Maurício Júnior...

É.
Ele resistiu.
E resiste bravamente.

Hoje, nesta manhã de sábado, ele continua em coma e respirando com ajuda de aparelhos em estado gravíssimo – com risco de morte. Mas felizmente, esse tal “risco de morte”, não é morte. Eu tinha pavor de repetir isso.

Fico pensando que o dia amanheceu tão bonito, ás seis e trinta da manhã o sol já estava invadindo o apartamento. Aquela sala onde meu irmão está é tão gélida, o lençol não me parece adequado, fino e branco demais.

Ontem, depois de aproximadamente 24 horas que o coloquei, quase na marra para dentro daquele CTI, o vi pela primeira vez. A visita foi permitida pelos médicos. Entramos em dois, eu e o cunhado dele, Wando, representando a minha cunhada que não tem forças para entrar e vê-lo.


Ele continua lindo. Sua expressão não é aquela do sorriso aberto quase sacana, meio maroto, dos gestos rápidos sempre fazendo muitas coisas ao mesmo tempo ainda não está lá.
Não há nenhum gesto, movimento...
O que me agride em ver, é tubo que permite a ventilação ou respiração...

O quadro desde ontem, menos de 24 horas da entrada, teve duas complicações o pulmão ficou comprometido pelo volume de sangue que ele aspirou, além de vômitos, e outros excrementos.  E o rim também foi comprometido por conta da redução da circulação sanguínea.

Segundo o médico que nos atendeu pela manhã, o quadro dele com cinco paradas cardíacas, não é só grave.
É atípico. Ele explicara contando com os dedos em um ar professoral:
“Uma parada corre o risco de morte.
Duas paradas corre alto risco.
Três paradas cardíacas é incompatível com a vida”.
Quatro, cinco...
São demais.


Todo o quadro é pouco comum.
Segundo relatam os médicos.

Então, diante disso, a suspeita levantada pelo médico de Mocajuba Dr. João de envenenamento. Ainda não quero falar sobre ao atendimento e sobre o encaminhamento, porque isso é uma questão tão GRAVE E DELICADA que faremos logo, em momento oportuno.
Só lhes digo uma coisa: saúde pública não é coisa de amador.
E boa vontade, a depender do caso,  não salva ninguém da morte.
Saúde pública é coisa séria que precisa ser tratada de forma honesta e com o aparato físico e humano necessário.
E claro nada pode funcionar com drenos de corrupção ligados, mesmo que as pessoas/profissionais trabalhem todas com boa vontade.



Há uma investigação médica muito intensa para saber afinal as causas do quadro caótico que o Maurício chegou e o encaminhamento do médico, não ajudou em nada. Segundo os médicos que cuidam do Maurício aqui: é confuso, impreciso e pouco ajudou nos cuidados dele. Ex. Não havia nenhuma referência ás altas dosagens de remédios que meu irmão recebera prescrita pelo médico. 


Como os médicos procederiam daí em diante?Sem informações médicas, sem dosagens adequadas...

Se havia suspeita de envenenamento, porque nenhuma providência foi tomada?
Lavagem?
Retirada de material e encaminhamento imediato para exames?
Se havia a menor suspeição...
O médico de Mocajuba deveria ter feito alguma coisa, qualquer coisa...
É o que dizem os médicos aqui em Belém (PA).
ELES REPETEM: O ATENDIMENTO FOI CAÓTICO EM MOCAJUBA. Agora é preciso estabilizar o paciente para depois aumentar as investigações médicas e descobrir afinal o que ocorreu com ele.


Quando chegou aqui, o quadro era tão grave, que meu irmão não pode ser removido para salas de exames, porque poderia não resistir.





Estamos realizando todos os procedimentos para realização de exames toxicológicos. Ontem, fui orientada a registrar um boletim de ocorrência, pois só assim é possível fazer exame toxicológico. Fiz em São Braz. Talvez isso seja apenas especulação, já que o médico em Mocajuba fez um diagnóstico tal como faria o nosso querido “Caboquinho” – no olho.





E toda família peregrina pela cidade em busca de alguma esperança, algum esclarecimento.
Eu, Neca, Maurício, Mauricélia, outros parentes...
Ás 22 horas aproximadamente estávamos todos no Instituto Médico Legal.  
Os resultados começam a sair em 07 dias.
Enquanto isso...
Há também suspeição de um Acidente Vascular Cerebral (AVC).
Mas isso só exames, que ele não pode fazer agora, podem dizer....

Agradeço a todos pelas orações.

Muito obrigado.

Um comentário:

Anônimo disse...

A todos vocês que fazem parte da familia de Mauricio minhas mais siceras condolências.
Sei como este momento é dificio na vida de uma familia. Como amigo quero deixar um testemunho de amor e carinho por Mauricio. Sei que Deus o acolherá em sua casa.
Que Console a voces que fazem sua familia.
Pe. Jeronimo de Medeiros

"Veja bem, meu amigo, a consciência é um orgão vital e não um acessório, como as amígdalas e as adenóides."(Martin Amis)

Leitores do Amazônidas por ai...


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