Às vezes, cotidianamente, os cidadãos e cidadãs de bem, mantém-se olhando a política de longe e pelo canto do olho. Meio cabisbaixo (a), meio acoado (a), meio amedrontado (a) – principalmente, em cidades pequenas, onde os circuitos de amizade e a convivência rotineira, não raro, são engessadores do debate político mais sério e comprometido.
Melhor não falar para viver em paz - dizem alguns. E ainda o fazem com cuidado para não-criar-caso. Entretanto, isso é apenas um instrumento paliativo. Um placebo. Não resolve. E a bolha de mazelas continua a crescer. E logo os problemas aparecem, estouram sobre nossos olhos.
A bolha estoura todo dia na falta de materiais nas escolas, na ausência de merenda regular, na necessidade de gastos execessivos com cópias de documentos nas escolas pelos alunos e alunas, e até compra de copo descartável para poder ter o direito de merendar.
Também estoura, na ausência contínua dos médicos nos postos, e no desespero do cidadão que fica plantado na porta dos hospitais todo dia, quando os recursos chegam aos milhares e milhões na conta corrente da prefeitura para cuidar da sáude. E chegam em volumes ainda maiores para cuidar da educação.
Também estoura na falta de política eficiente de controle do lixo, dos esgotos que comprometem nosso banho nos rios e igarapés que estão cada vez mais contaminados.
Estouram, assim meio pipocando aos montes, na falta de ação do poder público para buscar solução para a água que não chega na torneira, da energia que não funciona e irrita, e queima equipamentos, e prejudica o comerciante de bem.
Também estoura na falta de esforços para resolver a deficiência do telefone celular que deixa os dedos roxos de tanto tentar ligar e não conseguir.
Sim. O poder público que defende os interesses coletivos tmabém deveria encaminhar resolução de problemas que - é verdade, não vai lhe trazer recursos financeiros novos. Não vai trazer dinheiro para sua manipulação direta.
Sim, sim, por supuesto.
Sejamos justos.
No caso da energia, do telefone e da água, os gestores locais vão trabalhar muito em busca do bem coletivo, mas não via cair nenhum centavo nas suas contas. Digo, nas contas da prefeitura.
Não. È verdade. Ora, mas a população ficarei mais equipada para a vida cotidiana.
Respeitada e valorizada.
Será que os governos só podem tormar para si a luta pelas demandas da população quando isso vai trazer recursos ? Dinheiro que será geridos por eles mesmos ? Ou será que poderia ocupar-se de verdadeiramente representar o interesse coletivo ? O problema é que quando o recurso chega - o problemas não são resolvidos.
Já sei.
Ja sei.
Apressado (a)s estão a dizer:
- Essa Carmen, não pensa. Não vê que mesmo quando tem dinheiro para resolver os problemas - nós continuamos com eles.
Gente,
Isso é uma outra questão. Mas o plano de fundo é o mesmo. È a falta de compromisso com a coisa pública.
Vejamos que Mocajuba, por exemplo, recebe aproximadamente 2.000.000,00 (dois milhões por mês, direto em uma conta que é gerida pelo prefeito local. Todo-santo-mês. Ainda tem recebido máquinas, combustível e outros recursos de outras fontes. Como por exemplo, o já tão famoso dois milhões para asfaltar os bairros da Pranchinha, Monte Alegre e Cidade Nova.
Bem [...]
O fato é que as bolhas de problemas estouram todos os dias na vida rotineira de todas as pessoas. As vezes acho, que perdemos a capacidade crítica de entender que para resolvê-los nós transferimos o poder para determinadas pessoas que culminam por ocupar-se apenas de transformar aquilo é público em um bem seu, um intrumento de enriquecimento, um instrumento de manutenção no poder para continuar a enriquecer.
Os cidadãos e cidadãs de bem, amiúde, sentem-se refém da tão repetida corrupção, nepotismo, do peculato, da propina institucionalizada como norma. A banalização da corrupção é a institucionalização do atraso, da velha política de assalto aos cofres públicos e de ridicularização da consciência cidadã.
Outro dia, conversava com um professor que falava baixinho: “a gente tem a te medo de falar qualquer coisa. Pois ser crítico no meio de um monte de acrítico, é como ser um doente de AIDS – sofre preconceito e é isolado das coisas". Essas frases ecoam na minha cabeça desde este dia.
Gente, eu senti um nó na garganta.
Não é possível que nós já tenhamos perdido a capacidade de nos indignar com o escárnio diante dos cidadãos e cidadãs de bem e cumpridores de seus deveres.
Olhe bem e veja quais são as bolhas que estão estourando diante de seus olhos.
Olhe bem e veja quais são as bolhas que estão estourando diante de seus olhos.
Um comentário:
Atenção básica
O Pará vai receber aporte extra de R$ 30,6 milhões para serem aplicados na atenção básica. Com isso, os municípios receberão reajuste de 7,6% retroativos a maio. O repasse mensal por habitante, no que tange à atenção básica, passa de R$ 18 para R$ 23, um aumento de 30%.
Agora é vigilância permanente em cima dos prefeitos, para exigir a adequada utilização do dinheiro, que não é grande coisa, mas permite ao Pará sair da posição de menor piso per capita do País.
blog da Franssinete Florenzano
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