quinta-feira, 14 de julho de 2011

Mocajuba: Qual é a Bolha que Está Estourando Diante de Seus Olhos ?




Às vezes, cotidianamente, os cidadãos e cidadãs de bem, mantém-se olhando a política de longe e pelo canto do olho. Meio cabisbaixo (a), meio acoado (a), meio amedrontado (a) – principalmente, em cidades pequenas, onde os circuitos de amizade e a convivência rotineira, não raro, são engessadores do debate político mais sério e comprometido.

Melhor não falar para viver em paz - dizem alguns. E ainda o fazem com cuidado para não-criar-caso. Entretanto, isso é apenas um instrumento paliativo. Um placebo.  Não resolve. E a bolha de mazelas continua a crescer. E logo os problemas aparecem, estouram sobre nossos olhos.



A bolha estoura todo dia na falta de materiais nas escolas, na ausência de merenda regular, na necessidade de gastos execessivos com cópias de documentos nas escolas pelos alunos e alunas, e até compra de copo descartável para poder ter o direito de merendar. 


Também estoura, na ausência contínua dos médicos nos postos, e no desespero do cidadão que fica plantado na porta dos hospitais todo dia, quando os recursos chegam aos milhares e milhões na conta corrente da prefeitura para cuidar da sáude.  E chegam em volumes ainda maiores para cuidar da educação.

Também estoura na falta de política eficiente de controle do lixo, dos esgotos que comprometem nosso banho nos rios e igarapés que estão cada vez mais contaminados. 

Estouram, assim meio pipocando aos montes, na falta de ação do poder público para buscar solução para a água que não chega na torneira, da energia que não funciona e irrita, e queima equipamentos, e prejudica o comerciante de bem. 

Também estoura na falta de esforços para resolver a deficiência do telefone celular que deixa os dedos roxos de tanto tentar ligar e não conseguir.

Sim. O poder público que defende os interesses coletivos tmabém deveria encaminhar resolução de problemas que - é verdade, não vai lhe trazer  recursos financeiros novos. Não vai trazer dinheiro para sua manipulação direta.

Sim, sim, por supuesto.
Sejamos justos.
No caso da energia, do telefone e da água, os gestores locais vão trabalhar muito em busca do bem coletivo, mas não via cair nenhum centavo nas suas contas. Digo, nas contas da prefeitura.
Não. È verdade. Ora, mas a população ficarei mais equipada para a vida cotidiana.
Respeitada e valorizada.

Será que os governos só podem tormar para si a luta pelas demandas da população quando isso vai trazer recursos ? Dinheiro que será geridos por eles mesmos ?  Ou será que poderia ocupar-se de verdadeiramente representar o interesse coletivo ? O problema é que quando o recurso chega - o problemas não são resolvidos.


Já sei.
Ja sei.

Apressado (a)s estão a dizer:

- Essa Carmen, não pensa. Não vê que mesmo quando tem dinheiro para resolver os problemas - nós continuamos com eles.


Gente,

Isso é uma outra questão. Mas o plano de fundo é o mesmo. È a falta de compromisso com a coisa pública.

Vejamos que Mocajuba, por exemplo,  recebe aproximadamente 2.000.000,00 (dois milhões por mês, direto em uma conta que é gerida pelo prefeito local. Todo-santo-mês. Ainda tem recebido máquinas, combustível e outros recursos de outras fontes. Como por exemplo, o já tão famoso dois milhões para asfaltar os bairros da Pranchinha, Monte Alegre e Cidade Nova.

Bem [...]

O fato é que as bolhas de problemas estouram todos os dias na vida rotineira de todas as pessoas. As vezes acho, que  perdemos a capacidade crítica de entender que para resolvê-los nós transferimos o poder para determinadas pessoas que culminam por ocupar-se apenas de transformar aquilo é público em um bem seu, um intrumento de enriquecimento, um instrumento de manutenção no poder para continuar a enriquecer.

Os cidadãos e cidadãs de bem, amiúde, sentem-se refém da tão repetida corrupção, nepotismo, do peculato, da propina institucionalizada como norma. A banalização da corrupção é a institucionalização do atraso, da velha política de assalto aos cofres públicos e de ridicularização da consciência cidadã.

Outro dia, conversava com um professor  que falava baixinho: “a gente tem a te medo de falar qualquer coisa. Pois ser crítico no meio de um monte de acrítico, é como ser um doente de AIDS – sofre preconceito e é isolado das coisas". Essas frases ecoam na minha cabeça desde este dia.

Gente, eu senti um nó na garganta.

Não é possível que nós já tenhamos perdido a capacidade de nos indignar com o escárnio diante dos cidadãos e cidadãs de bem e cumpridores de seus deveres.

Olhe bem e veja quais são as bolhas que estão estourando diante de seus olhos.


Um comentário:

Anônimo disse...

Atenção básica
O Pará vai receber aporte extra de R$ 30,6 milhões para serem aplicados na atenção básica. Com isso, os municípios receberão reajuste de 7,6% retroativos a maio. O repasse mensal por habitante, no que tange à atenção básica, passa de R$ 18 para R$ 23, um aumento de 30%.

Agora é vigilância permanente em cima dos prefeitos, para exigir a adequada utilização do dinheiro, que não é grande coisa, mas permite ao Pará sair da posição de menor piso per capita do País.
blog da Franssinete Florenzano

"Veja bem, meu amigo, a consciência é um orgão vital e não um acessório, como as amígdalas e as adenóides."(Martin Amis)

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