sábado, 25 de junho de 2011

Mocajuba: a moça que comia o chopp da Leonice Bacha e do Miguel Braga (Joana Braga)

ilustração
Quase morri de rir hoje a tarde conversando através da internet com minha irmã que vive no Rio de Janeiro (RJ).

Ela confirmou-me que  saia para vender *chopp e comia todos quando a venda não era boa.

O chopp era produção da Leonice Bacha e do Miguel Braga (Joana Braga). Trata-se de um expediente comum em cidades pequenas. Não sei bem como era em Mocajuba nessa época. Mas fuciona assim: algumas pessoas produzem os chopps e fornecem a vendedores, geralmente crianças e adolescentes, para revenda e lhes dão uma porcentagem da venda como pagamento. Os vendedores levam em um equipamento de isopor, chamado regionalmente de cuba.

Deixa contar direito a vocês.

Meus irmãos todos, a começar pelo Maurício Américo, seguido da Merize Américo, do Salomão Américo, até a Edna  que hoje é comerciante no Rio de Janeiro, faziam vendas na infância e adolescência para ajudar na bóia. Não vendiam só chopp. Vendiam pastel, laranja, arroz doce...
Era muita gente e nenhum dinheiro.

Eu não participava nessa época pois ainda não dava conta de carregar as tais "cubas de chopp". Eu era ***gita, gita...

Pois bem.
Há alguns tempo atrás, minha irmã Merize Américo (hoje professora da UFPA) passou na frente da mangueira que fica em frente do Banco do Brasil e lembrou da ocasião em que ela, depois de vender todo o chopp de sua cuba, achou a  Edna (Maria) chorando com a dela vaziiiia. Eles saiam juntos para as vendas. E separavam-se para um não atrapalhar a venda do outro, encontrando-se no final.

Diante da cena, Merize com aquele seu jeito peculiar, espantou-se:

-O que foi que aconteceu?

E Edna, segundo a Merize, soluçando, dizia :

-Euu comiiiiiiiiiiiiiii o chopp.

Pois é.
Eu tinha achado que isso era estória da Merize.

Hoje eu lembrei disso e perguntei a Edna. Ela entre mil gargalhadas cerradas disse:

- IH !!! Eu cômi mermo.
Comi chopp desse pessoal todinho aí.



Gente,

Eu não aguentei.

E continuei.

- Mas e ai? Quem pagava?

Ela rindo ainda:

Ninguém. Comia, tava(sic) comido.
Não vendia, então eu comia tuuudinho.
Eles me pagavam muiito pouquinho.
Era melhor comer.


E ria.


O que eu acho mais engraçado é que segundo conta a Merize, ela comia e depois choraaaaaaava com medo das consequências.

Gente, já imaginaram a cena ?

Pois é.
Hoje ela está no Rio de Janeiro.
Rindo a tôa.
E eu idem.


*sucos ensacolados e congelados chamados de sacolé em outras regiões do país.

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"Veja bem, meu amigo, a consciência é um orgão vital e não um acessório, como as amígdalas e as adenóides."(Martin Amis)

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