domingo, 22 de março de 2015

Enquanto, os homens exercem seus podres poderes, matar de fome de raiva e de sede, são tantas vezes, regras naturais... [...] Desafie-as! Ele as desafiou! Clebson Ramos.


Clebson Ramos
reprodução facebook
descendente quilombola mocajubense e acadêmico do curso de medicina veterinária na UFPA-Castanhal

Eu sei que anda muito em dívida co vocês. Contudo, tenho compromissos acadêmicos e familiares que estão consumindo minha alma e meu tempo. Então passei aqui para deixar a imagem do Glebsom Ramos, filho de remanescentes de quilombos mocajubenses que, por agarrou a oportunidade do vestibular especial para quilombolas e deixou uma perspectiva de reprodução da pobreza pela real possibilidade de construção de uma trajetória de sucesso. 


Glebson, é neto de  Manoel Coelho Ramos e Maria Nelice Oliveira Ramos (paternos) e Manoel Geraldo Nunes e Maria Jose Nunes da Silva (maternos). Sua família, somam 13 pessoas. Além deles mais dez irmãos, que ainda farão vestibular. E oxalá!


Há dois anos, Glebsom estuda medicina veterinária em Castanhal, na Universidade Federal do Pará, um curso tradicionalmente voltado aos filhos das elites. Por hora, está como diz o português popular - "está roendo um osso" com a vida de estudante filho de pais humildes. Mas sua trajetória será definitivamente, um rompimento da trajetória comum.



Meu irmão Maurício Américo, também morou em castanhal para estudar. 
E lembrei que ele tornou-se símbolo de uma nova geração de mocajubenses que enfrentam a s estruturas e fazem história. Hoje temos que juntar esses esforços para transformar a vida daqueles que não ultrapassam tais barreiras. E criar rompimentos coletivos e mais oportunidades para quem não tem nada, e em muitos casos, parte para o desespero. 


Logo que Glebson passou, achei tão significativo, que tentei fazer uma reportagem, um postagem, qualquer coisa, que falasse disso, acabou não dando certo. Ele é de uma família original do Tabatinga - uma das comunidades quilombolas de Mocajuba, hoje reconhecida enquanto tal. Na cidade, seguindo a linha quase óbvia, uma parte de sua família pousa pelo Bairro da Pranchinha, na Rua Nossa Senhora das Graças,  uma bairro tradicionalmente ocupado por família de baixa renda, e hoje com altos índices de violência. Mas, um Bairro lindo, com muita gente boa e trabalhadora e muitos que como Glebson, desafiam o destino e foram atrás de seus sonhos.


Como critério para o vestibular especial quilombola, o candidato tem que ter estudado em escola pública e ter origem nas áreas quilombolas com declaração da comunidade. 


Aqui cabe uma explicação sobre mim, especialmente, por conta das cobranças de muitos leitores e leitoras que passam por aqui para exigir atualização e cobram explicação, sempre.


Eu lei o mundo a partir do olhar do geográfico, que estuda a sociedade a partir do espaço que ela produz. Por isso, necessito situar as pessoas em seus lugares de vida. Somos uma sociedade organizada sobre desigualdades, e isso é materializado no espaço. E de certo forma, o lugar onde estamos, ajuda a explicar o que somos o que formos - mas... somos sujeitos deste espaço. 
Ainda falaremos mais disso. Na verdade sempre falamos.

Bom Domingo!




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