domingo, 10 de agosto de 2014

Dias dos Pais !! Meu Velho Pai!



Ontem estive na casa de "Seu Celino",
Na Cidade Nova,





Ele abriu nossa conversa contando causos,
De meu pai e meu irmão primogênito Maurício Américo,






Sobre meu pai,
Lembrou que quando meu pai chegou em Mocajuba,
Com cinco filhos,
E apenas com a força de seus braços,
E foi trabalhar no Pimental do "Miguel Braga"
Viveu tempos muito duros,
Auge do economia da pimenta do reino, na Localidade de Olho D Água.
Antes de 1977,
Eu ainda não havia nascido,


pimentais
ilustração




Todos moravam em um grande barração ou alojamento coletivo,
Meu, hoje velho pai, construiu uma cabana de lona ou plástico, algo assim.
[...] Onde passou a morar com minha mãe e os filhos, visto que no barração moravam muitos homens e etc tal.






Pois bem,
A comida era escassa,
[...] e Celino era trabalhador do mesmo pimental,
Porém, deslocava-se todos os dias da sede municipal e levava a "bóia" de casa.
Levava a comida em uma "latinha".
Na hora do almoço sempre cedia um pouco do que levava a meus pais e irmãos.
Maneco, como minha mãe chamava meu irmão, era apenas um menino de 11 anos.




BóiaFria
Ilustração


Tempos depois,
Meu irmão Maurício Américo, o "Maneco".
[...] Que na ocasião "da latinha" era um menino dentre os meus irmãos.
Já funcionário dos Correios o ajudou grandemente.




Neste dia dos pais,
Quero não só homenagear meu velho pai
Que sustentou-nos com a força dos braços,
Em uma sociedade sempre muito desigual e opressora.
Segurou a fome do lado de fora da porta,
Com a própria força,
E com a solidariedade dos amigos,
Como Celino,
Que trabalhador como ele,
O olhou com uma visão de amor,







Meu velho pai,
81 anos,
Não lê blog,
Então gostaria de homenagear a todos os pais,
E lembrar a você, filho ou filha, do valor do cuidado incondicional que eles têm e sempre tiveram por nós.
E ao que muitos pais precisam submeter-se por seus filhos e sua família.



Um comentário:

Anônimo disse...

Meu pai outrora homem altivo, festeiro, namorador e trabalhador admirado pelos seus contemporâneos. Como trabalhador braçal roçador de ruas da prefeitura ninguém conseguia "pilhar" ele. Quando fazia farinha sempre já tinha encomenda...era a melhor do local. Pescador incansável mesmo no inverno chuvoso saía pela madrugada pra ver o cacuri, armar camina ou, à noite, ia pro mato pra "espera"...pra nos livrar da fome e da miséria que rondava nossa humilde casa, principalmente na época do inverno quando a comida ficava "vasqueira". Hoje meu pai não mais fala...só às vzs responde com muita dificuldade...está com Alzhaimer. Doença cruel, pois sequer reconhece os filhos.Perde-se a identidade. Um irmão deprimido com o quadro disse que não mais queria ver o pai daquele jeito mais. Nós o convencemos a vir sim visitar papai.Hj Dia dos pais Lembrei-me de um texto: “TODO FILHO É PAI DA MORTE DE SEU PAI” ( Para refletir)
“Há uma quebra na história familiar onde as idades se acumulam e se sobrepõem e a ordem natural não tem sentido : é quando o filho (a) se torna pai de seu pai.
É quando o pai envelhece e começa a trotear como se estivesse dentro de uma névoa. Lento, devagar, impreciso.
É quando aquele pai que segurava com força nossa mão já não tem como se levantar sozinho. É quando aquele pai, outrora firme e intransponível, enfraquece de vez e demora o dobro da respiração para sair de seu lugar.
É quando aquele pai, que antigamente mandava e ordenava, hoje só suspira, só geme, só procura onde é a porta e onde é a janela – tudo é corredor, tudo é longe.
É quando aquele pai, antes disposto e trabalhador, fracassa ao tirar sua própria roupa e não lembrará de seus remédios.
E nós, como filhos, não faremos outra coisa senão trocar de papel e aceitar que somos responsáveis por aquela vida. Aquela vida que nos gerou depende de nossa vida para morrer em paz.
TODO FILHO É PAI DA MORTE DE SEU PAI!
Ou, quem sabe, a velhice do pai e da mãe seja curiosamente nossa última gravidez. Nosso último ensinamento. Fase para devolver os cuidados que nos foram confiados ao longo de décadas, de retribuir o amor com a amizade da escolta.
feliz da filha que é mãe do seu pai antes da morte , e triste do filho que aparece somente no enterro e não se despede um pouco por dia.
Um amigo meu acompanhou o pai até seus derradeiros minutos.
No hospital, a enfermeira fazia a manobra da cama para a maca, buscando repor os lençóis, quando esse amigo gritou de sua cadeira: deixa que eu ajudo!
Reuniu suas forças e pegou pela primeira vez seu pai no colo.
Colocou o rosto de seu pai contra seu peito.
Ajeitou em seus ombros o pai consumido pelo câncer : pequeno, enrugado, frágil, tremendo.
Ficou segurando um bom tempo, um tempo equivalente à sua infância , um tempo equivalente à sua adolescência, um bom tempo, um tempo interminável.
Embalou o pai de um lado para o outro.
Aninhou o pai.
Acalmou o pai.
E apenas dizia, sussurrando: Estou aqui, estou aqui pai!
O que um pai quer apenas ouvir no fim de sua vida é que seu filho está ali.” (Fabrício Carpinejar)
(DOMINGOS ONÇA)

"Veja bem, meu amigo, a consciência é um orgão vital e não um acessório, como as amígdalas e as adenóides."(Martin Amis)

Leitores do Amazônidas por ai...


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