terça-feira, 17 de dezembro de 2013

A questão política em Mocajuba (PA) por Edir Augusto, mocajubense e professor da Universidade Federal do Pará





Há uns dias, Edir produziu esse texto e compartilhou com vários amigos, dentre eles se lembro bem, a professora Judity Carvalho e o vereador Nil Vasconcelos, hojem soicitei a ele que resgatasse seu texto, visto que é muito apropriado para nós que estamos do lado de uma nova história para Mocajuba, realmente, nova pois distanciada das velhas práticas e comprometida com um projeto político popular para a cidade, o primeiro projeto popular de toda a história da cidade,












Segue, para vosso deleite:




Gostaria de manifestar uma opinião política. Não sei se nesses tempos em que vivemos é de direito e bom tom manifestar uma tal opinião. Ou se ao manifestarmos não corremos o risco de destruir uma ideia, quem sabe, até uma possibilidade de uma ideia nova. No entanto, muitas vezes, é preciso arriscar o passo da opinião direcionada para um problema. De que problema se ocupa esta opinião? Do recente c
aso de corrupção envolvendo alguns agentes a frente da administração da prefeitura municipal de Mocajuba.













Como são por demais sabido do público os fatos não me aterei a eles. Cabe apenas à justiça julgar sua veracidade, identificar e punir – oxalá – os culpados e cúmplices. O roubo, desvio e mau uso do direito público no Brasil – a chamada corrupção – tornou-se fato endêmico da política. Em toda parte, em todo lugar, em todos os níveis do governo, sozinhos ou em grupos, os que assumem cargos públicos – por eleição ou indicação – envolvem-se em práticas de corrupção ativa ou passiva em sua maioria. São raros os que se salvam, e, apesar das divulgações públicas maiores nas últimas décadas, são poucos os fatos de corrupção que vem a conhecimento do público e da justiça, uma pequena fração destes apenas são denunciados, menos ainda os investigados e quase nenhum é devidamente punido. A impunidade nos crimes de corrupção é quase total. 











Em Mocajuba esses casos sabidos vieram à tona com prisões de pessoas. E provocaram comoções e indignações de uma parte e de outra. Evidentemente que ninguém ousa defender que o desvio fraudulento do dinheiro público é uma prática aceitável. Ainda que participe direta ou indiretamente dessas práticas. Mas, mesmo assim, ver seus conterrâneos, amigos, conhecidos e parentes presos não agrada ninguém, e pode mesmo criar um sentimento de revolta e injustiça, dado que de antemão, até que se prove o contrário, todos são inocentes. E, por isso, um discurso moralista e oportunista se ínsua para ganhar crédito entre os vitimados. O que vimos tanto do lado de quem acusa quanto do lado de quem defende.




Mas, o que está em jogo neste caso? O que está gritando por trás dos fatos? O que os fatos nos dizem? Nos dizem que o governo do município há muito tempo vem de mal a pior. Que os grupos que tem se revezado nos últimos anos no controle do poder público municipal vem praticando espoliação aberta ou velada, em maior ou menor grau, dos bens públicos, dos recursos e patrimônio públicos do município. E mais ainda: que a população, de um modo geral, tem assistido a esse processo de espoliação sem fazer nada, sem ao menos manifestar alguma indignação. 








Não vou cair no lugar comum dizendo que cada população tem o governo que merece. A recente reeleição do atual prefeito – de quem me digno a não pronunciar o nome – exprime bem o momento histórico que na política municipal vivemos: falta de alternativas políticas e apatia da população. Diante, por exemplo, do que o Sr. Wilde Colares “fez” como prefeito, as “obras” do governo do atual prefeito são insignificantes – não que queira fazer algum elogio ao Wilde, cujos governos deixaram muitas más heranças para o município -, mesmo assim não conseguiu se reeleger. Por que? Penso que o contexto anterior era muito diferente. Havia frações da oligarquia local que não foram beneficiadas pelo governo do Wilde e veio para disputar com este com alguma força política e econômica. Além de que havia uma maior articulação das classes populares em torno de tentativas de construir alternativas políticas, pelo menos em termos de lideranças locais. 










Não estamos, assim, diante de um caso isolado de corrupção. Nem estamos num momento em que estes fatos, vindo a público, são capazes de mobilizar as massas populares. Ainda que suscitem nestas sentimentos de rejeição. O que mais surpreende é a falta de análise política daqueles partidos e grupos sociais que tem o dever de politizar a sociedade, de intervir nos espaços públicos. Na verdade não há surpresa nenhuma uma vez que todos, de um modo ou de outro, deixaram se cooptar pelo atual prefeito. Digo cooptar para não dizer o pior. Capitular, talvez, seja um melhor eufemismo para este caso. 











Felizmente temos uma situação mais complicada do que os mantenedores da ordem desejam. O poder público municipal como um todo não pode deixar de ser responsabilizado, senão criminalmente, pelo menos MORALMENTE por toda essa sujeira revelada no trato da coisa pública em Mocajuba. Isentar-se dessa responsabilidade constitui assumir a culpa em todo caso. Mesmo aqueles honestos cidadãos e funcionários envolvidos que estão inocentes nesse caso, não podem deixar de está implicados, não podem se desculpar de nenhuma maneira. 














Que se puna quem deve ser de fato punido! Mas que a população tenha a capacidade de avaliar a situação pelas suas implicações globais gravíssimas: um montante significativo do dinheiro público foi criminosamente desviado! Não há como aceitar tal coisa! Não há como assistir tal abuso de autoridade e boa vontade do povo sem fazer nada! E que faremos nós? E o que têm feito nossos representantes? Discursos! PALAVRAS NÃO SAÚDAM DÍVIDAS! PRECISAMOS EXIGIR REPARAÇÕES CONCRETAS E IMEDIATAS! 

5 comentários:

Anônimo disse...

isso nao cónvenceu ninguem kkkkk...

Anônimo disse...

a verdade que muita gente em Mocajuba que vai todo domingo para as igrejas se finjir de cristão está de joelhos dobrados para rosiel e sua ambição. tudo em troca de um troquinho

Anônimo disse...

corrupto ninguém convence de ser honesto só a cadeia. como cadeia é dificil já viu. ainda reclamam dos ladrãozinhos da cidade.

Anônimo disse...

Acreditei que Rosiel Costa fosse naquele momento político de Moca uma saída e, desse modo, pudéssemos sair da longa "ressaca" da pimenta do reino, perpetrada pelas oligarquias carcomidas do município. Ledo engano, o HOMI se tornou um espécie de déspota (não muito esclarecido). Agora vem Zé Antônio Castro nomeando seus parentes próximos, valendo-se da Súmula Vinculante 13 do STF, em que preceitua não ilegalidade em nomear para cargo político parentes até o 3º grau. Essa atitude pode ser do ponto de vista jurídico, "legal", mas, é sem dúvida, IMORAL. ( ass. Domingos Onça)

Anônimo disse...

Edir vc e um exemplo de esperanca! Inteligencia! Perseveranca!!! Mocajuba se sente orgulhosa de vc!!! Pena q existem pessoas q passam anos estudando, e quando sao convidadas a se omitir e fazer vista grossa as irregularidades, acabam por se auto destruirem!!! Mas bem, Mocajuba merece representantes melhores!!!

"Veja bem, meu amigo, a consciência é um orgão vital e não um acessório, como as amígdalas e as adenóides."(Martin Amis)

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